sábado, 16 de outubro de 2010

Resumo de alguns artigos do livro Corpos Mutantes

O AUTOR

Edvaldo Couto é filósofo graduado pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), tem mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Puc-SP) e doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Atualmente, trabalha como professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Faced/Ufba) e pesquisador das relações entre corpo e estética contemporânea. Sobre o tema publicou Transexualidade. O corpo em mutação (GGB, 1999), O homem-satélite. Estética e mutações do corpo na sociedade tecnológica (Unijui, 2000) e, junto à colega Silvana Goellner, da Universidade Federal do Rio Grande Sul (UFRGS), organizou os artigos de Corpos mutantes. Ensaios sobre novas (d)eficiências corporais (Edufrgs, 2007), e a segunda edição acaba de ser lançada.

Deste livro selecionei alguns artigos que me chamaram atenção.


1. Corpo Cyborg e o dispositivo das novas tecnologias
            Homero Luis Alves de Lima

Neste texto o autor aborda sobre os avanços da tecnologia no campo da saude e como esse avanço serviu para modificar a forma como lidamos com o nosso corpo.
“máquinas que fazem cirurgia (“robôs cirurgiões”), médicos que cuidam de pacientes pela internet, prontuários eletrônicos, telemedicina , “remédios inteligentes” parecidos com chips,sres híbridos, meio drogas, meio maquinas,”cirurgias sem cortes, são todos exemplos daquilo que vem sendo anunciado como a “revolução tecnológica” nos hospitais e consultórios médicos.”
Afirma que cada vez mais, a tecnologia investe no biológico e a biologia invade o mundo das maquinas .E que o computador permite alargar consideravelmente o campo do “vivo” fazendo “ viver” através de simulação determinados sistemas complexos capazes de se reproduzirem,manterem-se, auto regularem-se e evoluírem.
Traça também uma genealogia do que se considera ser cyborg.Que em algumas  visões poderia ser :uma ampliação do corpo,a fusão do orgânico com o maquínico,possibilidades de simbioses entre o corpo humano e máquinas,dentre outras.

Achei este texto muito interessante pois nos leva a pensar sobre: Quem verdadeiramente somos nós?Onde termina o humano e começa a máquina?Ou onde começa a máquina e termina o ser humano?



2.Velhice, palavra quase proibida; terceira idade, expressão quase hegemônica
                              
Annamaria da Rocha Jatobá Palacios

 

O texto aborda o processo de luta articulatória entre o vocábulo velhice e a expressão terceira idade, observado, especialmente, no discurso publicitário de cosméticos.
A autora afirma que a temática do envelhecimento vem ganhando maior destaque em diferentes campos ,em virtude do aumento significativo da população em idade avançada e dos possíveis problemas que tal fato acarretará à sociedade.
Sabe-se que no imaginário social a velhice está associada a perdas que levam a ruptura e ao isolamento, a uma imagem negativa de ser velho,à perdas de papéis sociais e à precariedade das condições de vida e por conta disto as propagandas publicitárias, tem investido no termo terceira idade para obter sucesso nas vendas dos seus cosméticos, aonde homens e mulheres podem chegar à velhice com o corpo sadio.




3. Corpos amputados e protetizados: ”Naturalizando”novas formas de habitar o corpo na contemporaneidade
                 Luciana Laureano Paiva


Neste texto a autora fala de transformações ocorridas no corpo ao longo da vida, que poderão ser oriundas de vários fatores. Fatores estéticos (plásticas, lipoaspiração, botox, silicones...). Acontecimentos inesperados e indesejados ( doenças e acidentes). Qualquer que seja o motivo da transformação corporal busca-se sempre o corpo perfeito e com o avanço da tecnologia se consegue alcançar a tão sonhada perfeição. Paiva afirma que :” A busca desenfreada pela utopia do corpo perfeito faz com que muitos indivíduos desejem trocar, refazer ou reconfigurar cada parte do corpo, ou seja, as peças envelhecidas, cansadas ou doentes possam ser substituídas, atualizadas e potencializadas.”
Apresenta também, um estudo desenvolvido em uma clínica especializada em reabilitação e entrevista pessoas submetidas a amputação, os entrevistados falam sobre o corpo perfeito se reportando sempre ao passado, onde seus corpos ainda eram “normais”. É como se as pessoas amputada tivessem perdido a sua referência, entretanto, a amputação é apenas a morte real de uma parte do corpo e não da vida como um todo.E por isso, as pessoas tem que se adaptar a um novo estilo de vida, onde suas limitações devem ser sempre respeitadas.


4.O espetáculo do ringue: o esporte e a potencialização de eficientes corporais
Homens e mulheres tem transformado seus corpos em verdadeiras máquinas de combate em nome do esporte que valoriza o corpo máquina que além de escultural, forte e resistente tem que aniquilar o outro corpo máquina em segundos. Em nome do esporte essas pessoas fazem usa de substancias que potencializam as suas capacidades físicas e mentais. As vezes as conseqüências para o corpo são a perda de outras funções já que o corpo-máquina precisa de toda sua energia concentrada para os combates.



 

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